Entristecem os sorrisos
De coração atado dentro da boca
Não sabem como dizer
Que nas mãos, talvez ainda coubesse o verde das colinas
E nos olhos, a razão de todas as nascentes
Mas a voz exangue é uma escarpa, uma vereda
De saliva quente em poeira azeda
E as sílabas são ruínas dos olhares poentes
Definham no chão, os sorrisos
Na rua só se encontram
Desertos imensos de palavras.
Maria João Martins